Mundo novo, problemas novos. A internet, apesar de ser uma importante ferramenta de trabalho e pesquisa para o homem contemporâneo, também acabou se transformando em uma porta aberta que oportuniza a ação de pessoas mal intencionadas. O investigador de Polícia Judiciária, Michel Weiler Neves, explica que em Mato Grosso do Sul os crimes virtuais mais comuns são os de calúnia e difamação e ameaças enviadas por e-mails ou recados em páginas de relacionamento.
Michel diz que a orientação dada para todas as pessoas que se sentirem lesadas através da Internet é procurar uma delegacia de polícia, munidas da página da web impressa para formular o boletim de ocorrência. “Para ser iniciado o trabalho de investigação dos crimes virtuais é necessário que a pessoa informe a polícia; esta é uma forma de coibir a prática criminosa. Na investigação, se for preciso, profissionais especializados da Delegacia Virtual (Devir) dão o apoio no trabalho”, explica o investigador.
Apesar da Devir não funcionar como um caminho para a formulação do boletim de ocorrência para os crimes virtuais mais comuns no Estado, pode ser acessado para informar endereços de sites de pedofilia, práticas racistas ou que estimule o uso de drogas.
Pedofilia
O endereço cadastral é o dado que todo o usuário da rede tem junto ao seu provedor. Stênio explica que este cadastro não pode ser visto como um dado privado para a polícia, visto que é de extrema importância para investigações. A não liberação deste tipo de informação acaba inviabilizando a busca por pedófilos. “Com a demora para se obter o acesso a este dado cadastral junto ao provedor de acesso, corre-se um risco altíssimo de se perder aquele vestígio digital”, explica o delegado.
Em casos de usuários descobrirem casos de pedofilia na internet é importante que denuncie, mas a denúncia deve ser feita a apenas um órgão para que seja feita a investigação. “É contraproducente o usuário fazer denúncias para todo mundo, corre-se assim um risco de serem instauradas várias investigações e aí você vê diversas investigações sobre um mesmo fulano, por isso é importante que seja criada uma central nacional de denúncias”, explica Stênio.
Para o especialista em perícias de crimes digitais, Willian Telles, engenheiro de computação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ), sempre haverá uma forma de pegar o criminoso.
“Para o leigo, de uma forma geral, ele pensa que não é possível ser rastreado, que basta que ele apague os dados do computador, formate o computador, e desaparecer com as provas. Tudo que é feito no ambiente virtual ou no ambiente de rede deixa um rastro, de uma forma ou de outra é possível pegar o cidadão”, afirma Telles.
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