Jornalismo Online

Reportagens desenvolvidas pelos estudantes do curso de Jornalismo da UCDB.





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sábado, 3 de abril de 2010

Galeria de Imagens: O parque e o lazer










Parque das Nações Indígenas: Fundação, estrutura e parcerias

O Parque


O parque das Nações Indígenas criado através do Decreto nº 7.354/93, de 17 de agosto de 1993, é considerado por alguns campograndenses , o “cartão postal” preferido da cidade. Com 119 hectares , o Parque oferece infra-estrutura adequada para a prática do lazer, esporte e cultura da capital.

De acordo com a Secretaria de Obras Públicas do Estado, o parque foi instalado em terras desapropriadas e compreendidas entre os limites da Avenida Afonso Pena, rua Extremosa, rua Rio Prosa (conhecida como Via Parque), rua Antonio Maria Coelho e o Parque Estadual do Parque do Prosa.

No decorrer dos anos, foram construídos grandes empreendimentos como hotéis, shoppings, o Pavilhão de Exposições Albano Franco e loteamentos residenciais, por isso tornou o Parque um dos mais recomendados locais para atividades de lazer da população. “Gosto, porque além de ser localizada em uma área central e disponibilizar cultura e lazer, o Parque também oferece a prática de esporte.” comenta a farmacêutica Mariana Miranda que costuma ir toda semana ao Parque.

No terreno do parque, há estacionamento externo, 4100 metros de pistas de caminhada, iluminação noturna, conjuntos de aparelhos de ginástica, quadra poliesportiva, quadra de areia, pistas de skate e patins, quatro pontes sobre o córrego Prosa, Lago do Prosa , monumento aos índios cavaleiros Guaicurus e praça de eventos . No âmbito de cultura e lazer, lá estão localizados a Concha Acústica Helena Meireles - onde há apresentações de artistas da região, o Museu Dom Bosco, onde acontecem oficinas e palestras e o Museu de Arte Contemporânea (MARCO) - onde acontecem exposições de obras de artistas plásticos do Estado.

Em relação à fauna são comuns a exposição de capivaras, tatus-pebas, cotias, tucanos, patos e gansos. “Além disso, como o parque faz divisa com o Parque Estadual do Prosa, unidade de conservação ambiental, em algumas épocas é possível até mesmo ver tamanduás, veados e lobinhos” afirma o biólogo do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS),Élson Borges.

Segundo Élson,aproximadamente 70% da vegetação são formados por cobertura em grama e árvores plantadas recentemente, dentre elas destacam-se jatobá, aroeira, ipê, angico, figueira, guatambu, manduvi, cedro, entre outras nativas. Os portões de acesso ao Parque das Nações Indígenas são chamados de portais. São eles: Kaiowa , Guarani, Ñhandeva, Kadiweu Terena , e Ofaié/Xavante. O Parque das Nações Indígenas é aberto ao público das 6h às 21h30 de terça-feira a domingo. Nas segundas-feiras, apenas o portal Guarani fica aberto.


Parceria

Em decorrência das fortes chuvas ocorridas nos últimos meses na Capital, foi anunciado no início do mês, uma parceria do governo com a prefeitura, sobre a realização de obras de contenção de águas pluviais no córrego Prosa. De acordo com o Secretário de Obras Públicas do Estado Edson Girotto, será licitada em torno de 60 dias, a obra de um segundo lago no Parque das Nações Indígenas que recebe as águas do córrego Prosa. O projeto têm o intuito de conter águas pluviais que no período de muita chuva, acabam sobrecarregando a calha do Prosa, e provocando enchentes.

O córrego Prosa nasce no Parque dos Poderes, encontra-se com o Sóter na Via Park, continua após o Parque das Nações Indígenas e segue sob a confluência com a avenida Afonso Pena e depois pela avenida Fernando Correa da Costa, locais onde a enxurrada destruiu as vias públicas e parte de condomínios.

O secretário acredita, que com esse segundo lago, haverá uma diminuição do impacto das águas do Sóter e do Prosa no encontro das tubulações sob a Avenida Afonso Pena (palco principal das últimas enxurradas ocorridas na capital).

De acordo com a secretaria de Obras Pública do Estado, deve começar em 60 dias a construção da barragem de contenção de sólidos dentro do parque. A ideia da obra, também é reter os resíduos que hoje são depositados no lago. 

Rebeca Arruda
Renata Volpe
Thierre Mônaco

terça-feira, 30 de março de 2010

Documentário Amor Persistente

O Documentário a seguir mostra a rotina e a história da Chácara da Cadef, através do depoimento de sua fundadora D. Aurora e de seus internos.

Paula Vitorino

segunda-feira, 29 de março de 2010

Dependentes químicos encontram apoio e tratamento na Cadef, em Campo Grande


A Casa de Apoio para Dependentes e Familiares (Cadef) oferece apoio e tratamento para dependentes químicos e seus familiares, há 6 anos, em Campo Grande. A Cadef nasceu do desejo de sua fundadora Aurora Sarmento, em ajudar a salvar a vida de dependentes. A Casa deu origem e, é responsável pelo grupo de apoio Amor Persistente, que semanalmente realiza reuniões chamadas de apoio, onde os dependentes e seus familiares separados em grupos fazem a partilha de como foi sua semana.

Desde janeiro de 2008 a Cadef também conta com uma chácara de tratamento, onde homens acima de 18 anos passam seis meses internados para a desintoxicação. O espaço sobrevive de doações e recebe moradores de vários estados do Brasil.

Não existe mensalidade ou convênio que sustente a Casa. Suas atividades dependem exclusivamente de doações, tanto dos dependentes, familiares, quanto de amigos e entidades. As únicas exigências para quem quer tratamento, são: acreditar no poder superior, Deus, e a participação da família nas reuniões do Amor Persistente.

As reuniões de grupos de apoio são um dos meios de tratamento para a dependência química, mas não são suficientes em alguns casos. Dependendo do estágio em que a doença esteja é necessário passar por uma comunidade de tratamento, aonde o período de internação vai de seis, há nove meses. Em casos mais graves é necessário passar antes por uma clínica de desintoxicação, a base de remédios. Depois de passar por qualquer uma das formas de tratamento, frequentar um grupo de apoio é essencial, pois a dependência é tratada como uma doença progressiva, fatal e incurável, onde é preciso uma constante vigilância. O dependente que procura a Cadef passa por uma entrevista para que seja definido o tratamento.

Serviço:
As reuniões do Amor Persistente são todas as quartas-feiras na Paróquia São João Bosco, às 19h. A Paróquia fica na Rua Paraíba 1787 – Vila Célia.
O telefone para contato com a Cadef é: 3351-2121

Caroline Maldonado

A 'mãe' da Cadef


A luta para se livrar do vício não é fácil. E quando se está sozinho e desacreditado fica mais difícil ainda. Talvez por isso existam pessoas como Dona Aurora Sarmento, uma mulher que há mais de 17 anos dedica sua vida a mostrar para jovens e suas famílias que a saída existe, que mudanças são difíceis, mas necessárias. "Eu acredito na recuperação, ela é possível”, enfatiza.

Equipe da Cadef - D. Aurora de azul

Os jovens e adultos que procuram a Cadef em busca de uma nova vida, encontram também uma “mãe”. “São todos meus filhotes”, confirma. A voz mansa e o rosto sereno escondem uma mulher forte, que acredita em cada um dos dependentes, sabe dar colo, mas também sabe dar bronca. “A gente exige muita disciplina”, explica.

Com tanta experiência em meio aos jovens, D. Aurora alerta os pais sobre a importância de reconhecer nos filhos indícios de contato com as drogas. "Notar mudanças de comportamento, roupas, roda de amigos é importante para descobrir no começo, quando o filho esta começando a se envolver com as drogas" alerta. Estar atento e participar do dia a dia faz toda a diferença para uma recuperação mais rápida e menos traumática.


Paula Vitorino

Momentos

Chácara da Cadef



Espiritualidade

Lazer


Trabalhos


Alegria

1º Ano da Chácara

Paula Vitorino


Recomeçar é possível - Histórias de dependentes

Você já conheceu o fundo do poço? A maioria das pessoas passa a vida sem conhecer, mas algumas precisaram chegar até lá para descobrir a saída e recomeçar.

Elaine

Acreditar na recuperação, na vida sem a droga, em um dia apenas sóbria parecia impossível para Elaine C. A., de 31 anos, usuária desde os 17, influenciada por seu namorado, que depois seria seu marido. Quem a vê hoje, trabalhando como manicure, mãe de três filhos, com a família reconstruída, não imagina como era sua vida até meados de 2007. Elaine chegou a pesar 49 kg, vender a roupa do corpo na “boca de fumo”, tinha feridas na pele, não se importava mais com nada, a droga bastava.
Os filhos, o marido, sua auto-estima eram deixados de lado. "Eu usava mais a pasta base, que em minha opinião é a droga mais destrutiva. Ela também é chamada de “zuca”, popularmente. É o resto da cocaína, a sobra, é barata, e dá a "instiga", aquela vontade de usar mais e mais. Te deixa com a aparência feia, com os ossos aparecendo, as pontas dos dedos queimados. Acaba com a pessoa", explica.

A vontade de se livrar do vício existia, mas ela não conseguia. Passou por três internações em clínicas de desintoxicação, mas em nenhuma das tentativas conseguiu ficar mais de cinco dias. Os familiares buscavam alternativas para ajudar, e foi através da sogra que Elaine conheceu o grupo Amor Persistente. Toda semana ia às reuniões, prometia parar, mas nunca conseguia. “Chegou uma hora que todos se cansaram de mim. Foi então que minha mãe veio de Mato Grosso e viu minha situação, tive vergonha. Ela acreditou em mim e me fez acreditar que eu podia ser gente de novo. Mas tive outra recaída. No consultório do médico psiquiatra ele fez uma condição para me tratar: ficar 21 dias em uma clínica de desintoxicação. Eu não queria voltar para aquele lugar, sabia como era, mas tive de concordar, era minha única alternativa. No carro indo para casa me despedir de minha mãe e meus filhos, pedi a Deus que não me deixasse ir para lá, prometi a Ele que não iria sair de casa naquele dia, não iria usar nada, se Ele me desse essa última chance. Pedi com toda minha fé", conta.
Depois desse dia Elaine resolveu mudar sua vida. ”Meu encontro verdadeiro com Deus me fez ter força, acreditar que era possível a mudança”, afirma. Com o apoio de amigos, familiares e das reuniões do grupo, está limpa desde então.

Jorge

Jorge M.M., de 26 anos, começou a usar cocaína aos 12, para se encaixar no seu grupo de "amigos", do qual seu irmão já fazia parte. Ao longo de seus 12 anos na adicção sofreu duas paradas cardíacas, mas mesmo assim não saiu das drogas. Com 24 anos mudou de Dourados para Campo Grande, foi morar com seu primo e por insistência dele foi conhecer dona Aurora e a Cadef. Quando ouviu pela primeira vez que seu caso era de internação, achou uma bobagem, “Não precisava daquilo, não era louco.” Mas passou a frequentar as reuniões do Amor Persistente.
Com a força de vontade e a ajuda das reuniões conseguiu ficar 30 dias limpo, mas então teve uma recaída. "Gastei todo meu salário, vendi minhas roupas. Meu primo conversou comigo e me perguntou o que eu queria pra minha vida, e eu disse que queria ser internado." Jorge passou seis meses numa comunidade na cidade de Camboriú/SC e desde então frequenta reuniões de apoio em grupos como o Amor Persistente. ”Frequentar os grupos de apoio é importante para dar continuidade ao tratamento da comunidade. Meu círculo de amizades mudou, os lugares onde frequento também. Procuro estar sempre próximo dos meus amigos de grupo”, alerta.

*Os nomes utilizados na matéria são fictícios. Os reais nomes foram preservados.

Adicto - Termo utilizado para se referir ao dependente químico. A palavra veio do latim e significa escravo. Eles se chamam de adictos em recuperação, pois estão se libertando da escravidão das drogas.
Viviane Oliveira