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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Deficientes físicos buscam inclusão no trânsito


Atualmente existem no Brasil, cerca de 16 milhões de portadores de deficiências físicas e combater a exclusão social são uma das suas principais barreiras.

Entre os direitos que um portador de deficiência física tem, está a isenção de impostos quando compra um veículo zero quilometro, valor que pode ser parcelado. São isenções de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviço (ICMS) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Para compra somente de um veículo zero quilometro, a cada 3 anos, o que resulta em torno de 30% de desconto.

Os interessados na compra de um veículo adaptado devem procurar uma concessionária e ver a tabela especial referente aos modelos com isenções, que não são todos, e um dos seus vendedores apto a atender os deficientes. As concessionárias, com o intuito de vender, mostram o procedimento certo a seguir.


Com relação às adaptações, são feitas por conta do proprietário em uma oficina especializada. Por conta da necessidade especial da pessoa, a cotação no mercado é variável, podendo chegar até 20 mil reais. Porém a procura maior para se fazer adaptação de um veículo é o que tem os valores de até R$ 5.600. Os valores para as adaptações podem ser negociados e com direito a garantia do equipamento.

Personagens Em Foco

O técnico em auditoria, Cláudio José Dainese, de 46 anos, faz parte desta realidade. Portador de deficiência física desde os 6 meses de vida, há 25 anos conduz carros adaptados. Ele considera o trânsito de Campo Grande, como um dos mais complicados do Brasil para dirigir. “Os motoristas não têm educação; são pessoas arrogantes, imprudentes. Ninguém respeita nada, todos parecem ser o “rei” do “pedaço”, rege a lei do mais forte”, relata o condutor.

Com relação às dificuldades encontradas no dia-a-dia no trânsito da Capital de Mato Grosso do Sul, o condutor Cláudio, enfatiza para a questão das vagas reservadas para o deficiente físico, que geralmente não são respeitadas pelos demais motoristas. “Não há vagas reservadas nos estacionamentos públicos das ruas da cidade, não existe respeito, desde as autoridades públicas até o mais simples cidadão”, termina.

Especialista

Para o instrutor do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) Pio de Araujo Filho, que ensina pessoas portadoras de deficiências físicas a conduzirem um veículo adaptado, o que lhe chama mais atenção é ver essas pessoas passarem muitas vezes despercebidas pela sociedade. “No dia-a-dia a gente vê que não são bem vistos pela nossa política, nossos governantes, é um cidadão como qualquer outro, tendo esse carro habilitado ele se torna um condutor habilitado como nós somos, alguns com restrições e outros livres até para pegar estrada”, ressalta.

Readaptação

O aposentado Moacir Garcia de Oliveira, de 49 anos, quando tirou a Carteira Nacional de Habilitação não era deficiente, mas há 15 anos possui um carro adaptado. Garcia trabalhava como motorista profissional e teve que deixar a profissão após um incidente que o fez perder o movimento das pernas. “Quando eu adaptei o carro, eu tive que readaptar minha carteira para categoria B, porque o Detran não aceita carteira profissional”. Sobre a adaptação do veículo, o aposentado afirma que apenas teve uma dificuldade normal, burocrática, do que as leis exigem, mais nada além disso.

Para mais informações sobre os procedimentos a seguir, no endereço eletrônico (http://www.carrosparadeficiente.com.br/).



Reportagem: Evillyn Regis
Foto: Tatiana Gimenes

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